quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Hoje estou lá

Meninotas e meninotos, hoje meu texto "E tenho dito" está no site www.bebe.abril.com.br no Confessionário. neste linque aqui
Visitemme, bejs


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Filosofando na madrugada com Giuliana- todo domingo as 2 da manhã. Não percam.


-Mãe, posso ser cozinheira?
-Claro filha. Você QUER ser cozinheira?
-Quero! Você me ensina?
-Olha amor, eu não sou a pessoa mais indicada pra te ensinar, mas eu tento. Pode ser?
-Pode.... Cê sabe fazer danoninho?
-Arram, sei.
-Sorvete?
-Não.
-Macarrão?
-Minha especialidade!
-Quando crescer vou ser cozinheira, então.
-Ok filha, ouça: nunca desista do seu sonho. Dificilmente você vai encontrá-lo na padaria mais próxima, então é preciso persistir e ir atrás! Em se tratando de sonho, filha, vale a pena, e se for de creme, melhor.

Que mãe, tá maluca? Só queria danoninho....

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Leite é amor - O meu caso com a amamentação- #Blogagem coletiva.




Dia 1 de agosto foi o dia mundial da amamentação,
e eu vou contar a minha história pra vocês, amigas do peito-murcho.
Tenho uma historinha linda e que se encaixa perfeitamente no tema proposto pela nossa amiga Nívea.
Eu tinha decidido junto ao meu médico que não iria amamentar, porque como alguns sabem, eu tive problemas na gravidez, ou antes dela. Eu sofria de uma paradinha chamada síndrome do pânico: o terror noturno/diurno dos adultos estressados.
Uma doencinha mais ou menos que te tira do prumo e faz você olhar no espelho e dizer que você não é você. Aí você conclui que está louca e acredita nisso piamente. Você está louca!
Os meus sintomas começaram a aparecer uns 4 anos antes de eu engravidar, e eu tomava remédios pesadíssimos, daqueles pintados de preto na caixa sabe?Então não poderia engravidar, certo? Até que me descobri grávida.
Depois da diárreia nervosa, liguei para avisar meu então marido, mas antes de mais tudo, liguei pra avisar meu então médico psiquiatra. Meu então medico psiquiatra me deu os entãos parabéns e uma então recomendação, assim, em caps lock: PARE JÁ DE TOMAR SEUS REMÉDIOS.
Entrei em um então pânico de ter pânico. Quem padece desse mal sabe, é pior que assombração.
Acatei a recomendação, ou melhor, ordem do meu médico e joguei as drugs fora, junto com um vômito incontido de alegria e desespero.
Os primeiros três meses foram quase lindos, até eu ter uma crise de taquicardia enquanto comia um frango frito com polenta. Avisei a minha família (e o restaurante inteiro) assim: ESTOU MORRENDO. SALVEM MINHA CRIANÇA.
Era o pânico.
Passada a crise, telefonei pro médico, implorando por remédios. E ele foi taxativo. NÃO. 
Passei os 6 meses restantes ligando para o pobre diariamente. Eu disse di-a-ri-a-men-te; chorando, e pedindo pelo amor de Deus que me tirasse daquele redemoinho.
E ele me dizia: assim que ela nascer, vou no hospital te levar 3 caixas de remédio embrulhadas pra presente, no dia que ela nascer, eu prometo. Só que tem um porém, você não vai poder amamentar.
Aceitei na hora, porque meu estado era de lamentável pra baixo.
Ela nasceu, e só pude vê-la 2 horas depois, quando passou o efeito do dormonid ou sei lá o que que me deram. Enfiaram aquela coisinha gosmentinha debaixo da minha asa e ela ficou procurandodo meu peito enquanto eu cantava Amor I love you no ouvido dela, com a voz mole.
Ela tava esfoemada e taquei o peito na boca dela. Era melhor pra mim? Não. Era melhor pra ela? Sim.
Só que ela não conseguia sugar. Fiquei desesperada achando que ela tava sofrendo de fome. Persisti. Meu peito sangrou, infeccionou, ficou em carne viva e eu chorava, chorava de dor mas chorava mais ainda de vontade de superar essa dor. Eu tirava o próprio leite e colocava num copinho pra ela tomar, ela tomava, mas era pouco. Meu peito sangrava e ela chorava. Eu chorava mais e insistia. Até que depois de 6 intermináveis dias, ela pegou meu peito e mamou por longos 30 minutos. Foi a alegria misturada com dor mais intensa que eu já senti.
Neste dia lembrei de ligar pro médico, (tinha esquecido que eu não poderia amamentar), e ele mandou decidir: ou a amamentação ou os remédios.
Optei por segurar o rojão, sozinha com a minha doença latejando em cada célula do meu corpo, e me apoiar em todo aquele amor que eu precisava e queria dar a ela.
Eu sofri, e não tem como mensurar nem contar o quanto eu sofri, porque sofrer é uma coisa solitária. Só quem sofre sabe o tamanho da profundeza do seu sofrimento; então besteira eu tentar explicar aqui, mas a sensação que eu tinha era mais ou menos como se eu tivesse que lutar de hora em hora contra um leão esfomeado para que eu e minha filha pudéssemos sobreviver.
As noites em claro pioravam muito meu quadro, mas eu passava por cima e pensava comigo, é so mais hoje, e eu to aqui por ela.
Eu, Giuliana, era a última pessoa que importava naquele momento. Era o amor que eu sentia por ela que me mantinha em pé, me sustentava.
Avisei o médico que ao completar seis meses de amamentação exclusiva, eu voltaria aos remédios, porque esses seis meses seriam inteiramente dedicados a Lulu e a livre demanda de leite. Livre demanda aqui, significou mamar de hora em hora ao longo do dia e também da noite, por 6 meses.
 Acontece que ela fez seis meses, e eu achei que ela acordaria adulta e falaria, chega de mamar aqui. Mas não, ela não quis parar e nem eu. E decidi ir até onde ela quisesse, afinal a atriz  principal era ela, e eu, só uma coadjuvante. E ela quis até completar 1 ano e 15 dias.
Um ano e quinze dias de livre demanda, de peitos inchados e doídos, de conchas cheias, de sutiã com absorvente, de peitos ao ar livre, de peitos no shopping, de esconde-esconde de peitos, de olhares de reprovação, de olhares de aprovação, de olhares curiosos, de intenso sofrimento psicológico, de uma luta infernal contra minha própria mente, mas sobretudo, um ano e quinze dias de intenso e soberano amor. Que foi o que venceu no final. O amor pela minha Lulu.
Se fosse hoje, eu faria tudo de novo e sem pensar. Uma doençazinha de merda* não pode ser maior que o amor de uma mãe pelo filho. Não mesmo.


PS: *Como eu já disse em outro post, a síndrome do pânico infelizmente não é uma doençazinha de merda. Não é frescura, não é coisa de gente fraca.
É uma dor intensa de quem sofre mas não consegue achar o caminho da saída.  É um desamparo e uma solidão sem tamanho e sem fim.
A realidade se distorce e se torna distante, como se você fosse expectador do próprio sonho. Você acha que não é você. Despersonalização é um dos sintomas.
É uma doença e tem que ser tratada como tal, com remédios e terapia. Quem tem, sabe que o sofrimento e a luta são diários. E que um simples banho pode ser a coisa mais assustadora do mundo. Alguns casos são leves, outros pesados. Na minha pior fase, antes da gravidez, eu cheguei a ficar 5 dias sem sair da cama e sem comer absolutamente nada. Perdi 6 quilos e tinha certeza que tinha perdido a lucidez. Graças ao meu médico, Dr. Guilherme, que pacientemente me amparou, eu consegui superar a mais punk das fase, a dos primeiros vinte dias de remédio. E graças a ele também, que ouvia as minhas súplicas durante toda a minha gravidez, pude me segurar até onde consegui. Voltei com os remédios 1 ano e meio depois de Lulu nascer, depois de passar uma tarde numa maca de um pronto socorro, inconsciente.
Há 5 meses, diminui a dosagem do remédio e tomo menos da metade da dose inicial.
Pretendo parar de tomar nos próximos meses, ou se minha menstruação não descer ate amanhã..... BRINCADERA GENTE. 

                                                            Leite é Amor.jpg
Incentivo a doação de leite. Saiba mais no blog www.mildicasdemae.com.br